12.7.10

Praia

Assim que fiquei sabendo do namoro de Luciano resolvi aceitar o convite de minha tia pra passar as férias na casa dela. Isso há um mês atrás. Quando cheguei lá eu estava beeem desanimada, triste, desolada, deprimida, entre outros adjetivos. Logo que encontrei ela na rodoviária com aquele sorriso quente de orelha à orelha, foi como se uma luz se acendesse dentro de mim e a felicidade dela preenchesse o vazio deixado pelos péssimos acontecimentos desse fim de ano. nos abraçamos ela cometou o quanto eu tinha crescido desde a última vez que ela me viu (por que todo mundo tem que dizer isso?) Foi como se uma radinho se ligasse na minha garganta e eu me vi tagarelando sobre um monte de coisas, ela é assim, feliz e isso contagia, é como se perto dela não houvesse problema algum, apenas nós, felizes e falantes.
Ao chegarmos na casa dela a primeira coisa que pude ver foi a cerca de madeira branca e as dezenas de árvores floridas que enfeitam jardim e quintal. Atravessando a pequena cerca vi meu primo mais novo, me surpreendi como ele estava tão lindo, ali sentado os cabelos caídos no rosto parafinando sua prancha, os braços fortes, a pele morena... Epa! Melhor não perder o foco.
O exterior da casa era exatamente como eu me lembrava, já a parte interior estava bem diferente, bem claro como sempre foi, mas eles haviam reformado, tinha uma arquitetura mais moderna, cores mais vibrantes.  No quarto preparado para mim tudo estava preparado minuciosamente. A cama com lençóis lilás, as paredes de um azul claro de muito bom gosto e o teto, aaaah o teto, um verdadeiro céu, repleto de estrelas que brilham no escuro. Perto da Janela pendurado um apanhador de sonhos, provavelmente feito pela minha tia, era lindo, tinha algumas pedrinhas de ágatha, o traçado do fio era de cor "Lápis Lazuli" e as penas cuidadosamente caídas em três fileiras sendo que a do meio era maior, as penas eram de coloração azul claro e escuro. O quarto não era muito grande, ao lado da cama de solteiro ficava um pequeno guarda-roupas de madeira maciça, e do outro lado um banheiro bem confortável.
Depois de tomar um banho - que eu realmente estava precisando - minha tia fez uma moqueca de peixe maravilhosa. Acho que depois disso devemos ter ficado umas 4 horas a beira mar observando a noite, o som das ondas... Foi quando ela contou-me a primeira lenda da cidade, que eu ouvi atentamente captando cada detalhe, cada expressão dela, cada significado que a história tinha para o povo de lá...

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