15.11.10

sééculoos depois

PRECISO VOLTAR A ESCREVER.... um século q não apareço aqui!!!

26.7.10

A filha do Mar

Ela suspirou alto, endireitou a coluna e cruzou as pernas, sentada na areia, antes de começar.
 - Você se lembra das coisas que contei à você sobre os elementais, minha querida?
 - Lembro um pouco sim, tia, por quê?
 - Bem a lenda mais antiga que se conta aqui pelas redondezas envolve um elemental, uma ondina para ser mais exata.
 - E o que aconteceu?
 - A estória que minha mãe me contou é a seguinte... - Ela fez uma pequena pausa fechando os olhos e respirando fundo o cheiro do mar, como se estivesse relembrando a história. - Eu ainda era pequenina e não tinha certeza sobre a dimensão dos fatos quando tive conhecimento da velha lenda. Aconteceu quando esta pequena ilha ainda era habitada por uns poucos pescadores, as familias eram pequenas, as pessoas trabalhavam duro para tirar seu sustendo do mar. Havia uma familia que vivia na porção norte da ilha, moravam somente um casal e dois filhos, dois rapazes, o mais velho tinha 21 anos e o mais novo 18. O filho mais velho do casal chamava-se André, que era noivo de uma bela moça da vizinhança. O rapaz mais novo chamava-se Nereu devido a um sonho que sua mãe tivera quando o menino estava para nascer, no sonho um anjo brilhante saía de dentro das águas acariciava a barriga da gravida sorrindo e esse disse "Nereu será abençoado pelo deus maior" e então o anjo se afastou e mergulhou nas águas enfurecidas do oceano. - Nesse momento eu tive que interrompê-la para um comentário infeliz - Tia, isso ta parecendo história da biblia... Maria, José, o anjo... o nome... - Ela sorriu achando graça de minha comparação - É verdade querida, parece mesmo. Mas vou te contar um segredo... Minha mãe nunca leu a biblia. - ela cochichou então sorriu. - Podemos continuar?
 -Claro! Continue.
 - Nereu não era um garoto como outro qualquer, ele realmente fora abençoado, com saúde, inteligencia, e sonhos...
 - Sonhos?
 -Sim, ele era um rapaz sonhador. A vida de pescador numa ilha quase deserta não era o bastante para ele. Ele queria ir mais além, ir além das terras e dos oceanos, ele queria saber a essência da vida. O pai de Nereu desejava que seu filho seguisse os passos do mais velho, arrumasse uma bela esposa e seguisse na vida tranquila da pesca. Ele até tinha conversado com alguns companheiros de pesca, um deles tinha uma filha de dezessete anos, uma moça prendada e até de uma certa beleza sutil, mas a moça não interessava Nereu, mulher nenhuma o interessava, o que fez com que seu pai começasse a se preocupar, ele não queria que o filho caísse no mundo e nunca mais voltasse. Certo dia o pai de Nereu anunciou ao filho que ele deveria se casar o mais breve possível e que a filha de seu compadre era a moça mais indicada. Discordando do pai Nereu disse-lhe que não se casaria com mulher alguma, e então seguiu-se uma discussão horrenda de pai e filho. Nereu correu, correu o mais rápido que pôde para o sul da ilha, ele queria fugir daquele lugar, e não se casaria com mulher que fosse, ele queria ser livre...

12.7.10

Praia

Assim que fiquei sabendo do namoro de Luciano resolvi aceitar o convite de minha tia pra passar as férias na casa dela. Isso há um mês atrás. Quando cheguei lá eu estava beeem desanimada, triste, desolada, deprimida, entre outros adjetivos. Logo que encontrei ela na rodoviária com aquele sorriso quente de orelha à orelha, foi como se uma luz se acendesse dentro de mim e a felicidade dela preenchesse o vazio deixado pelos péssimos acontecimentos desse fim de ano. nos abraçamos ela cometou o quanto eu tinha crescido desde a última vez que ela me viu (por que todo mundo tem que dizer isso?) Foi como se uma radinho se ligasse na minha garganta e eu me vi tagarelando sobre um monte de coisas, ela é assim, feliz e isso contagia, é como se perto dela não houvesse problema algum, apenas nós, felizes e falantes.
Ao chegarmos na casa dela a primeira coisa que pude ver foi a cerca de madeira branca e as dezenas de árvores floridas que enfeitam jardim e quintal. Atravessando a pequena cerca vi meu primo mais novo, me surpreendi como ele estava tão lindo, ali sentado os cabelos caídos no rosto parafinando sua prancha, os braços fortes, a pele morena... Epa! Melhor não perder o foco.
O exterior da casa era exatamente como eu me lembrava, já a parte interior estava bem diferente, bem claro como sempre foi, mas eles haviam reformado, tinha uma arquitetura mais moderna, cores mais vibrantes.  No quarto preparado para mim tudo estava preparado minuciosamente. A cama com lençóis lilás, as paredes de um azul claro de muito bom gosto e o teto, aaaah o teto, um verdadeiro céu, repleto de estrelas que brilham no escuro. Perto da Janela pendurado um apanhador de sonhos, provavelmente feito pela minha tia, era lindo, tinha algumas pedrinhas de ágatha, o traçado do fio era de cor "Lápis Lazuli" e as penas cuidadosamente caídas em três fileiras sendo que a do meio era maior, as penas eram de coloração azul claro e escuro. O quarto não era muito grande, ao lado da cama de solteiro ficava um pequeno guarda-roupas de madeira maciça, e do outro lado um banheiro bem confortável.
Depois de tomar um banho - que eu realmente estava precisando - minha tia fez uma moqueca de peixe maravilhosa. Acho que depois disso devemos ter ficado umas 4 horas a beira mar observando a noite, o som das ondas... Foi quando ela contou-me a primeira lenda da cidade, que eu ouvi atentamente captando cada detalhe, cada expressão dela, cada significado que a história tinha para o povo de lá...

11.7.10

Capitulo 01 - 2ª Temporada.

Passei as férias inteiras sem comentar nada. Não foi à toa ou por preguiça não....
Então agora vou contar TUDO para vocês.
Vamos começar por Luciano. Estou completamente, perdidamente apaixonada por ele, aí vem o problema, ele está namorando uma garota há um mês. E eu?  Para mim sobrou ser a amiguinha confidente dele. Sim, eu estou totalmente deprê desde que ele me contou a novidade, acho que já devo ter chorado uns dez litros de lágrimas, o que significa que minha aparência e meu psicológico estão horríveis, sem falar das toneladas de lenços que devo ter lançado à natureza. [a mãe natureza deve estar bem de cara comigo].
Hoje faz uma semana que voltei da praia, o que me ajudou a manter a cabeça em ordem e não surtar geral.
Passei as férias inteiras na casa da minha tia, ela mora na praia o que é bem legal nessa época do ano, tipo, férias, verão e praia... tudo que eu precisava. Minha tia é uma mulher de quase quarenta anos de idade, mas ela não é do tipo careta como meus pais. Ela é wiccana, justamente por isso ela ama natureza e, tem o jardim mais lindo que já vi na vida. O nome dela é Julia, mas todo mundo chama ela de Era [bem estranho mesmo]. Minha tia tem dois filhos, dois garotos, um tem 17 anos e o outro tem 20, eles não são nenhum pouco parecidos. O mais novo é um surfistinha loiro de olhos azuis, muito gente boa, diz ele que vai ser oceanólogo ou biólogo marinho, o nome dele é Apolo [coitado] ele é uma pessoa bem calma e não tem pressa de nada, nada mesmo! O mais velho é Eros [minha tia é bem ligada a mitologia grega.] Eros é beeem mais alto que Apolo, ele é absurdamente lindo, o mais incrível dele é como ele pode ser tão branco morando na praia, ele tem cabelos extremamente pretos e os olhos mais verdes que já vi [sim ele é uma perdição, sim já dei umas beijocas nele]. Eros ao contrario de Apolo é bem agitado e vive correndo de um lado para outro, ele é produtor de eventos - o que é bem legal quando tem umas festas interessantes por lá.
  Nesse tempo que passei com minha tia nós conversamos muito sobre tudo. Ela sempre me dá ótimos conselhos - e faz uma comida maravilhosa - eu queria muito que "Era" fosse minha mãe, mas não, eu tinha que nascer da irmã dela. Ela me contou várias lendas, mitos e profecias da praia, dela, da nossa família, ela é uma ótima contadora de histórias! Mais a frente conto algumas dessas histórias pra você.
 
Estou me sentindo tão solitária essa semana que voltei pra casa, não saí, não fui andar de skate, não fui a festas, enfim não fiz nada. Pra não dizer que não falei com ninguém liguei para algumas das meninas só pra avisar que voltei. Não, eu ainda não falei com Luciano e, não quero falar nem ver ele, nunca mais. Eu sei que ele não tem culpa por eu ter me apaixonado por ele, mas estou muito magoada mesmo assim.

Depois eu conto mais detalhes...

2.7.10

Adivinha quem voltou...

Olá meus queridos... Já faz um boooom tempo que não apareço por aqui (mil desculpas), sabe como é compromissos, correria do dia-a-dia, mais outros dois projetos meus, tem ocupado bastante meu tempo. Mas aqui estou eu de volta prontíssima para escrever a 2ª temporada de "Bizarrices".

Como puderam notar fiz algumas reforminhas no blog.. e ai gostaram?

Bom apesar de desde o começo do Bizarrices eu manter a idéia fixa de escrever algo normal (sem ficções fantasiosas), tenho que confessar que estou morrendo de vontade de apimentar o Bizarrices com alguns detalhes "sobrenaturais" só pra tornar a coisa mais interessante, mas é claaarooo que eu não faria isso antes de perguntar a meus queridos leitores. E então qual a opinião de vocês sobre o assunto?

Bjkks
Aqui> Zeh de volta a ativa!

Videozin da Enya pra Vocês curtirem  =*
Essa Música diz que somente o tempo tem as respostas da vida...






9.4.10

Fatos

Então... Demorei um pouco pra vir contar...
Por enquanto não existe nada além de amizade entre eu e Luciano (infelizmente), você não sabe o quanto é difícil fingir que sente uma coisa por uma pessoa enquanto sente outra. Ás vezes acho que vou acabar ficando louca, vez ou outra ele parece me corresponder, outras ele parece indiferente - isso realmente me confunde muito. Estive pensando em tomar uma atitude, mas tenho medo de arriscar essa amizade que torna-se cada vez mais forte e essencial.
O skate tem se tornado uma necessidade pra mim, onde vou levo ele comigo - os garotos que frequentam a pista ficam admirados com meu dom para o esporte. Sobre minha personalidade, ainda estou meio confusa. Quando tudo o que você era acaba de vez é difícil saber o que sou realmente eu e o que os outros impõem. Sempre olho pra mim e me pergunto: Essa sou eu? E se essa sou eu, como posso ter certeza? Logo me pego me censurando por estar demasiadamente filósofa. Cada dia me visto de uma forma diferente, tentando buscar algo que me agrade - ultimamente sou o que se chama de metamorfose ambulante(isso me lembra que ando escutando raul e outros clássicos brasileiros).
Minhas amigas me disseram que ando meio quieta demais e bastante afastada - é difícil tentar explicar à elas tudo pelo o que estou passando internamente - elas tentam entender, mas normalmente acabam deixando o assunto de lado(elas não tem me ajudado quanto eu esperava. Na verdade elas não tem me ajudado em nada, e assim acabo buscando consolo em Luciano.).
"As provas finais do colégio estão ai, e acho que vou me dar mal"

26.3.10

Últimas notícias!

Há algum tempo não tenho contado nada (muito empenho ficar contando coisas inúteis), então vou relatar os acontecimentos da última semana.
1ºMinha melhor amiga mudou de turno do colégio, pois está trabalhando - agora é que eu não vejo ela mesmo - ela está estudando a noite e quando ela chega eu já fui embora( muito bad isso)eu estou morrendo de saudades dela e de T. também, que eu mal vejo porque ela vai embora antes de eu chegar no colégio (sinto falta dos sermões dela) e ah sim, ela também está estudando de manhã - sim eu estou praticamente sozinha.
2º Luciano tem me mandado mensagens toda noite(adoooro isso), eu e ele nos falamos muito essa semana, por telefone e messenger, acho que eu estou gostando dele. (Qual é eu sonhei com ele quatro vezes em sete dias, tipo assim - será que eu gosto dele? Meu óbvia a resposta não?!).
3ºEstou desenvolvendo muito bem minha nova personalidade (pelo menos eu acho).
4º Ontem fui almoçar com meu pai, apenas eu e ele, foi até bem divertido.
5º e última notícia estou indo agora para a pista de skate encontrar os meninos ( eu tenho praticado muito ultimamente). Sou realmemte boa nisso!

1.3.10

O.o

Há tempos eu não dormia tão bem. Dormi e sonhei a noite toda com skates e garotos, está bem eu confesso, passei a noite toda sonhando com Luciano e naquele sorriso lindo de morrer. Hoje eu acordei assustada com meu celular (e quando eu não acordo assustada?), era uma mensagem. "oiee =D", procurei o remetente na esperança de ser de Luciano, mas não era. Do mesmo modo ainda sim fiquei feliz era de F.(a minha best)- Acho que vou mais cedo para o colégio, preciso vê-la, não só ela mas todas as meninas - preciso dos meus amigos de verdade.
Ainda era muito cedo, então fiquei rolando na cama revendo mais uma vez a minha inútil vida. Mais ou menos uma hora já havia passado e meu telefone tocou mais uma vez. Outra mensagem, desta vez de um número desconhecido. "Bom dia garota perdida",fiquei tonta ao perceber de quem a mensagem teria vindo. Sim ele me mandou uma mensagem. Fiquei rindo sozinha feito uma idiota.
Peguei meu suuuper mp5 e deixei tocar aleatoriamente, passando direto algumas músicas que eu não queria ouvir, mais inconsciente do que por realmente querer. Quando percebia as músicas em que eu parava para ouvir arranquei os fones e repeti pra mim várias vezes "não, você não está apaixonada".
- Aiii droga! Não, não, não.
Me apaixonar não é uma coisa boa, meus romances normalmente terminam em tragédia. E no momento eu não estou precisando de tragédia alguma. Não, não. Eu preciso de paz e sossego para refletir, pensar e mudar.

20.2.10

Algo de bom

- São idéias tentadoras. - Luciano disse com um sorriso torto e um olhar malicioso.
- Vou tentar! - enquanto pegava o skate pude ouvir Dog murmurar pelas minhas costas "isso vai ser divertido". Respirei fundo, apoiei o pé no skate. Concentra, concentra, não vai cair aqui. Logo estava eu dando um flip, é deu tudo certo. (ta, não foi bem assim! É claro que quando apoiei o outro pé no skate dei uma desequilibrada horrível. Sorte a minha que não cheguei ao chão, mas não foi nada "elegante" - tenho que esquecer essas bichisses).
- Acho que ainda me lembro bem.
- Aaaah, que pena. Eu tava na esperança de dar umas risadas. - Dessa vez a piadinha foi de Cadu. E todos rimos da sua ousadia.
- Apesar de que isso foi bem engraçado. - Pude sentir meu rosto esquentando e ficando vermelho. (Eu devia estar parecendo um tomate maduro.)
- Quanto tempo faz que você não pratica? - Cadu me perguntou sério.
- Hummm... Acho que já faz uns três ou quatro anos.
- Para quem não pratica a tanto tempo, até que você mandou bem. Tirando aquela escorregada. - Aii, confesso. Eles são uns fofos, principalmente Luciano(gatérrimo).
- É verdade. Você manda bem só precisa praticar mais - Acho que vou me apaixonar. Não posso continuar a resistir a esse sorriso perfeito - Que tal amanhã?
- Amanhã? - Perguntei sem entender.
- É. Nós vamos para a praça de skate aqui perto. Se quiser pode ir com agente. - Sua voz límpida me convidava apenas por gentileza, mas seus olhos pareciam estar implorando minha presença (talvez eu estivesse vendo coisas demais).
- Que horas?
- As quatro.
- Humm. Não rola. Eu estudo a tarde. - O brilho que havia em seus olhos sumiu rapidamente enquanto eu pronunciava minhas desculpas.
- Mas você pode ir no final de semana. Não pode? - Eu até havia esquecido que Cadu e Dog ainda estavam ali até Cadu se meter na discussão.
- Ahn... Acho que sim.
- Hey Lu, minha mãe fez aquele bolo de cenoura?
- A minha mãe não fez bolo nenhum.
- aaaah - Cadu e Dog disseram juntos e eu não tive como não rir da careta que eles fizeram.
- Nós vamos para a casa do Lu agora. Quer ir junto? - Perguntou Dog sincero.
- Ahn, obrigada. Mas eu saí sem avisar e deixei a casa sozinha.
- Ah, qual é? Vamos lá. - Me incitava Cadu.
- Fica pra uma próxima. - A carinha forçada de triste que os três fizeram mexeu muito comigo, e eu queria ir mesmo com eles. Mas era verdade que eu tinha de voltar(minha mãe ficaria em pânico se ela chegasse e eu não estivesse lá.)
- Tudo bem. Pelo menos você poderia me dar seu telefone... - É claaaaro que siiim. Imagina que eu iria embora e não deixaria meu número com Luciano. Só se eu fosse muito burra.
- ah, é claro.
Deixei meu número. Despedi-me deles e voltei as pressas para casa. Minha mãe ainda não havia chegado.
Passei mais algumas horas acordada - conversei com alguns amigos pela internet. Quando deitei em minha cama sentia-me completa, feliz. E não demorei muito a cair num sono profundo e tranquilo.

19.2.10

Skaters

Depois de tomar um banho morno resolvi sair pra dar uma caminhada e pensar na vida. Eu andava tão devagar que parecia estar drogada. A minha vida passava em minha cabeça como um filme - só que mais longo e rico em detalhes e sentimentos.
Distraída tomei um susto quando ouvi aquele "tac" e depois um "aii"(sim, eu conhecia muito bem aquele som - o som do meu esporte favorito). Virando a esquina pude ver não muito distante dois garotos andando de skate e um terceiro sentado sobre ele. Uma alegria inexplicável me inundou instantaneamente - meu primeiro instinto foi ir imediatamente até lá, mas logo hesitei (fala sério eu nem lembro mais como se faz isso). Tomei coragem e resolvi me fazer de boba. Me aproximei curiosa (tenho certeza de que meus olhos brilhavam), o garoto sentado me fitava quieto enquanto eu me aproximava observando as manobras do outro garoto.
- Oi - eu disse meio sem jeito, ao garoto sentado.
- E ai? (Geeeentee. Pára tudo. Esse é o sorriso mais lindo que eu já vi em toda a minha vida) Responda, responda minha mente gritava. Eu estava parada olhando ele boquiaberta. - Você ta bem?
- E... e... Sim. (ai droga, sim. Eu estava gaguejando). Ele riu me deixando mais tonta ainda.
- Vem cá. - Ele apontou para o lugar ao seu lado e eu fui sem hesitar. - Você é skater? - Ele estava me analisando de cima abaixo com um olhar inocente e curioso(Inocente?!? Desde quando secar uma pessoa assim é inocente?)
- Na verdade, agora não! Já fui - emendei rapidamente.
- Por que não mais?
- É uma longa história.
- Deve ser interessante.
- Na verdade não. - eu não estava a fim de contar todas minhas desventuras.
- Agora está me deixando curioso.
Não respondi, sabia que qualquer coisa que dissesse só aguçaria ainda mais sua curiosidade. Os outros dois garotos se aproximaram apoiando rapidamente o skate na mão.
- E ai? - O mais lourinho disse pra mim o mulato apenas balançou a cabeça em cumprimento.
- Susse? - (Sempre fui boa com gírias.)
- Esse é o Cadu - ele disse me indicando o louro(olha que ele não é de se jogar fora) - esse é o "Dog". - (Dog? que apelido é esse?) - E eu sou Luciano. - (Ai não, se ele sorrir assim de novo, juro que vou desmaiar.)
- Que faz perdida aqui? - Perguntou Cadu.
- Exatamente o que você disse... Perdida. - eu sorri tentando disfarçar a frase idiota que eu tinha acabado de dizer. Mas Luciano estava rindo do que eu disse, na verdade os três estavam (talvez tenha soado melhor do que eu imaginei).
- Talvez agente possa te ajudar a se encontrar. (Parece que eu levei um soco no peito, onde foi para meu ar? acho que esqueci de respirar!) eu ri feito uma idiota sem responder. (cara... como eu me odeio).
-Você é skater? - desta vez quem perguntou foi o tal do "Dog".
- Na verdade, não.
- Ela largou dessa vida... pra virar gente. - Todos rimos, na maioria das vezes skaters são irresponsáveis, entende?!?
eu olhei fixamente o skate na minha frente e disse ainda olhando-o.
- Será que... Eu ainda consigo? Ou vou fazer vocês rirem com um tombo teatral?
todos olharam pra mim e soltaram um "hummmm" como se estivessem tentando decidir qual cena seria mais interessante.

13.2.10

Sessão da tarde

- Bata não, Balonê não, Salto alto não... Rosa não... Quero algo bem confortável para usar hoje, mas o que? Algo que diga quem eu sou... Mas quem eu sou? Droga, isso não vai dar certo. - sim eu estava falando sozinha de novo. Sentada na cama em meio a bagunça de roupas lamentando não achar algo que disesse quem sou eu. Alguém bateu à porta do quarto.
- Quem é?
- Sou eu. Posso entrar? - Era minha irmã mais nova, maravilha! era tudo que precisava agora... Uma pirralha acabando com o que restava de minha paciência.
- O que você quer?
- Deixa eu entrar...
- Você não respondeu.
- Eu só quero ficar com você...
Confesso que fiquei com uma dózinha do jeito manhoso que ela falou. Então com a mínima vontade fui abrir a porta para ela. Empurrei a porta e voltei a admirar a pilha de roupas.
- Nooossaaa o que aconteceu aqui?
- Nada, eu só estava arrumando meu guarda-roupa.
- Isso não parece arrumado.
- Talvez porque eu ainda não tenha colocado as roupas de volta no armário?!?
- É, pode ser.
- E então? O que quer?
- Faz tempo que você não fala comigo. - Ela parecia um cachorrinho abandonado falando. Não tive como resistir, me desculpei, prometi lhe dar mais atenção e lhe dei um abraço meio desajeitado - não sou muito boa em expressar sentimentos com familiares.
- Quer me ajudar com essas roupas?
- Depende.
- Depende de quê?
- Depende se você vai me dar algo que eu queira...
- Como por exemplo...?
- O Bolero rosa-choque. - Rimos juntas. Há tempos ela estava de olho naquele bolero - e na verdade eu nem gostava muito dele(o rosa nunca ficou muito bem em mim, me faz parecer muito paty, não que antes eu me preocupasse em parecer uma paty.).
- Tudo bem, ele é seu.
- Tá falando sério? - Ela perguntou arregalando os olhos escuros toda animada.
- To. Na verdade eu nem gosto dele.
Me surpreendendo ela me abraçou e correu à pilha de roupas jogando-as para cima até encontrar o que queria. Ela me lembrava K. sempre tão hiperativa, falante e animada (mimada também, e bota mimada nisso).
- Você é a melhor irmã do mundo. - Ela disse me deu um beijo e correu para seu quarto - não, ela não voltaria tão cedo.
- Interesseira. - eu disse baixinho - E agora? Acho que vou começar selecionando o que eu não gosto... Acho que vou doar ou usar como suborno para minha irmã (ela é muito materialista - olha quem está falando...).
acabei juntando duas sacolas enormes lotadas de roupas que eu não queria mais (algumas seria bem mais sensato vender à doar). Encontrei esquecidas umas peças bem interessantes, como uma camiseta super larga de gola rasgada, amarelo vivo onde estava escrito em preto "I Love Music" logo que a vi descobri que eu gostava muito mesmo dela.
Enquanto virava e revirava as roupas, sapatos e acessórios deixei tocando, para ecoar, no meu PC, Tókio hotel - eu costumava gostar de músicas assim(tudo bem que ainda ouvia quando estava na depre, mas antes era quando eu estava feliz - pra pular ao som da bateria e da guitarra misturadas ao baixo e ao suuper vocal de Bill Kaulitz, tudo bem que ele parece uma mulher, mas mesmo assim ele é muiiito fofo.).
Depois de vencer as roupas, desci para comer algo - eu podia jurar que havia um Alien dentro de mim, nunca vi minha barriga roncar tanto. Devorei duas tigelas de Nescal Cereal e um misto frio com um suco de laranja, que estava tão gelado que me doeu os dentes. Resolvi tentar assistir algo. Liguei a plasma de 42 polegadas - estava num canal de culinária, passei para o canal seguinte neste passava um jogo de futebol de uns times que eu nunca ouvira falar antes (é lógico que assisti segundos e logo estava apertando o botão novamente). MTV... Sempre gostei da MTV, mas hoje estava especialmente chato - passava aqueles Reality shows norte americanos que são um porre. Acho que vou assistir sessão da tarde. (muuita cultura). Adivinha o que estava passando? Não, por um milagre não era "A lagoa azul" e sim Gasparzinho. Ótimo, vou morrer de tédio.
O resultado foi... Passei horas dormindo no sofá! Você nem pode imaginar minha cara amassada quando acordei...

31.1.10

Razão.

Arranquei todas as roupas do meu guarda-roupa fazendo uma pilha imensa na minha cama. Foi só quando retirei uma gaveta do lugar e vi um papel de fotografia, que eu pude notar algo que esteve escancarado para mim e eu não pude ver antes. Virei o papel para ver o lado da imagem. Devo ter ficado pelo menos dez minutos olhando papel. Meus olhos estavam queimando, e ao cair uma gota na fotografia percebi que estava chorando. Lembrando. E insistindo a me chamar de burra e cega ao me importar com uma coisa tão fútil e sem importância como a inimizade das patricinhas, riquinhas, superpops. Na fotografia haviam cinco rostos conhecidos. Um era o meu. A primeira do canto na foto era K. com uma careta muito engraçada, mas mantendo toda sua "beleza absoluta". Ao lado dela estava Lua(não Luana. E sim Lua, a hippie de que eu falei outro dia.)Lua estava linda. Com seus cabelos cheios de dread's e aquele olhar maníaco que ela sempre faz nas fotos. Logo ao seu lado T. Com um biquinho disfarçado olhando para o lado. Ao lado dela... Eu... e minha best F. Abraçadas e fazendo caretas horríveis. Olhando aquela foto me lembrei daquele dia. Dos risos, das asneiras e daquelas muitas besteiras que fizemos juntas.
Gargalhei sozinha, não por lembrar de coisas engraçadas, mas sim porque eu estava fazendo um papel ridículo, me importando com aquelas garotas mal amadas de ontem.
- Vou ligar para Fer. - Decidi comigo. Peguei o telefone disquei seu número com pressa. O telefone chamou até cair na caixa postal. Tentei o número fixo, ma nada. "talvez ela não queira falar comigo". Aliás nos últimos tempos eu não tenho sido mais eu. Talvez eu a tenha magoado. E T.? K.? Lua? Será que eu também as magoei? Será que tenho as tratado mal?Justo eu que sempre critiquei esse tipo de reação. Peguei meu celular e liguei para K. No terceiro toque ela atendeu.
- K?
- Eu mesma.
- Oi K. é a ... Só liguei pra saber como você está.
- Eu to bem! Por quê?
- Nada não. K... Me diga sinceramente, ultimamente eu agi estranho?
- Não que eu tenha reparado. Por quê?
- Tem certeza? Tipo... Eu não to diferente de antes?
- Como assim... Do que você ta falando?
- Nada. Eu devo estar preocupada á toa mesmo.
- Aconteceu alguma coisa?
- Nada importante... eu acho.
- Bom se precisar eu posso te ajudar...
- Obrigada. Mas agora só eu posso me ajudar.
- Ah. Então ta.
- Beijo. Te amo.
- Te amo guria.
K. diz não ter visto mudança, também é a K não dá pra levar em conta. Preciso de alguém mais... observador... hm.. talvez T.
Liguei pra ela (isso é estranho, porque eu nunca ligo pra ela. Tipo nunca mesmo.).
- Alô.
- Oi T. é a ...
- Oi amor. Tudo bem?
- Mais ou menos e você?
- To susse. Mais o que você tem?
- T você sempre foi sincera comigo, mas agora por mais cruel que seja. Eu preciso que você me diga a verdade.
- Nossa ... Que drama todo é esse?
- T... eu ando estranha? Diferente? Distante? Chata? Ou qualquer coisa parecida?
- Estranha você sempre foi. Diferente.. bem você anda usando umas coisas que não tem haver com você. Distante... Na verdade um pouco.
- Valeu T. Vou ser melhor daqui por diante. Eu prometo.
- Que isso? eu amo você assim como é.
- Eu também amo você.
- Beijo.
- Outro. Se cuida.
- Tchau.
Preciso... Renovar... Não posso voltar ao passado... Mas também não posso continuar fingindo ser algo que não sou... Preciso de um novo eu. Que seja mais eu do que nunca.

26.1.10

O dia seguinte

Acordar estava longe de ser um alívio. O único alívio que senti foi perceber que hoje é domingo, então eu não teria de fazer nada. Poderia me internar em meu quarto e dormir o dia inteiro me afogando em torpor.
Me enrolei feito uma criança no cobertor tentando voltar a dormir, por mais que me revirasse de um lado para outro o sono não voltava. Peguei meu celular para ver que horas eram... 6:15 da manhã.
- Que droga! Seis da manhã e eu sem sono - Falei com as paredes - Pelo menos elas não me trairiam - Soltei um riso nada alegre, um riso triste e despresível - Sabe, eu poderia dormir e não acordar nunca mais. Assim eu não precisava encarar o fato de estar viva e ter de enfrentar a realidade.
Eu continuava a falar com o nada. Meu corpo estava mole, minha respiração pesada. Meu rosto queimava, parecia que eu estava com febre(apesar de saber que se estivesse com febre eu sentiria frio e não calor).
O tempo poderia ter parado naquele momento, eu deitada na cama, os cobertores jogados no chão. E eu apenas fitava o teto reparando cada pequena mancha que poderia existir ali. Observava como um gato brincalhão as moscas que voavam pelo quarto. Sem sentimento algum, nenhum pensamento louvável. Nada que se prezasse. E era isso que era ali... Nada. Eu olhava o relógio a cada segundo, mas os ponteiros pareciam não se mexer.
Me senti um lixo inútil, um entulho no meio da calçada que só atrapalha todo mundo.
Prensei meu rosto contra o travesseiro tentando não respirar mais. Que idéia ridícula, é lógico que quando o ar me faltou eu virei o rosto e o aspirei com toda a força. Eu não queria me matar... Não, isso magoaria minha mãe. Eu jamais me perdoaria sabendo o que ela sofreria. E se eu fosse para o inferno? Seria pior do que continuar aqui? Por que eu existo? O que faço? Por que faço?
Eu me fazia perguntas impossíveis de responder feito uma criança querendo descobrir o mundo. Toc, Toc. Alguém batia em minha porta.
- Entra. Disse eu sem vontade alguma.
- Olá querida? Como está?
Era meu pai, com um sorriso besta estampado na cara.
- Estou bem - Menti.
- Como foi a festa ontem?
Eu não contaria a verdade. Não contaria nada sobre Laura, Paula ou qualquer outra coisa que tenha acontecido.
- Foi bem legal.
- Hmm... É que eu pensei que... Bem se você diz que foi legal, não vou duvidar... É só que... Você chegou cedo ontem. Quando chegamos você já estava dormindo.
- Eu estava cansada. Antes da festa eu e mamãe fomos fazer compras.
- Vocês nunca variam? - Disse ele rindo eu sorri tentando não transparecer o que sentia - Vai sair hoje?
- Não, e...Eu não estou me sentindo muito bem.
- Isso que dá beber demais. - Ele satirizava.
- Deve ter sido aqueles cinco Martines consecutivos - Tentei fazer piada para disfarçar.Ele riu.
- Avise quando estiver melhor ou se precisar de algo.
- Está bem.
Ele fechou a porta e eu desabei na cama de novo. De repente me lembrei de quanto tempo eu não falava, de fato, com meu pai. Ele foi sempre tão bem humorado, tão preocupado e nos últimos anos eu mal o vira. Nós não saíamos mais juntos, não assistíamos aqueles filmes de ação que ele adora. E a quanto tempo eu não abraçava meu pai? Eu sou mesmo uma filha horrível.
Fiquei na cama até não aguentar mais. Resolvi fazer alguma coisa ali no meu quarto mesmo. Começando... Pelo guarda-roupas. As últimas revelações me fizeram ver o quanto eu odiava muitas de minhas roupas.

25.1.10

O pior de todos.

Essa noite tive um sonho bastante diferente... Ele não era daqueles que acabava na metade, antes da melhor parte... Eu estava na praia, com um macacão aborrachado, o cabelo molhado. Eu podia sentir o vento cheirando a mar e a velocidade. Estiquei a mão e toquei a água, eu estava num Tubo... Estava Surfando! A sensação era indescrítivel, o vento, a água, a prancha sob meus pés, as ondas ferozes... Tudo perfeito. Eu ria, fazendo manobras nas ondas com um sol escaldante radiante em minha pele. De repente o céu começou a se encher de nuvens escuras e carregadas, ventava forte. Um vento frio parecia congelar meus pulmões ao inspirar o ar extremamente gelado. As ondas ficaram mais altas, o mar mais intenso, furioso. Eu já não estava mais feliz, pelo contrário... Eu estava desesperada, eu tinha a sensação que qualquer momento seria o último. Eu lutava contra o vento e o mar que tentavam me derrubar, eu vencia, pude sentir a adrenalina correndo em minhas veias e sorri de prazer. Um descuido... sorrir... A prancha escorregou debaixo de meus pés plantados sobre ela, bati as costas violantamente na água que parecia rocha de tão dura. Tudo estava escuro e verde, o sal corroia minha garganta. Eu tentava nadar, mas era em vão. Como se algo me puxasse para baixo violentamente, desesperada não pude segurar o ar. Eu queria gritar, mas água me impedia. Me debati na água até ficar inconciente. Ao abrir os olhos eu estava em meu quarto de novo, em minha cama. Mas parecia-me que a cama sumia abaixo de mim como se eu fosse cair. Me sentei assustada e tudo girava ao meu redor.
- Se concentra. Foi só um sonho. Eu repetia para mim mesma seguidas vezes. Mas o ar ainda não chegava a preencher meus pulmões, não era o suficiente. Tudo girou e eu estava na escuridão verde novamente... Me debatendo... Tentando sobreviver. O pior pesadelo de que sou capaz de me lembrar. Toda a paz e a felicidade e de repente, a escuridão. Sabia que não tiraria isso da memória tão cedo.

5.1.10

Quem é você?

Estava viajando em meus pensamentos quando ouvi o quebrar de folhas no chão e uma voz carinhosa que me surpreendeu.
- Quem é você?
Ele se sentou na ponta vaga do banco e ficou a me olhar carinhosamente, era Felipe, o garoto que eu acabei de conhecer e o único a se importar comigo.
- Quem sou eu?
Eu repeti a pergunta, talvez ele tivesse uma resposta sensata.
- Você é uma garota linda, enganada, mas posso ver que lá no fundo a verdadeira Emília está gritando para escapar.
Eu ri do jeito super fofo que ele disse " Emília", ai eu lembrei que não tinha lhe dito meu nome.
- Como você pode ver se está no fundo?
- Os sapatos jogados de lado, o cabelo desarrumado e você está deitada num banco de praça.
- Hum, essa é uma boa explicação.
- Quer que eu te leve para casa?
- Não!
Eu disse de um jeito que parecia estar alcolizada.
- E quer ir pra onde?
- Eu quero ir... Pra Lua, o satélite Lua sabe.
- Conheço um jeito de te levar a Lua.
- Seu danado metido a conquistador.
Ele riu denunciando sua péssima cantada e eu ri junto. Apesar de estarmos rindo eu ainda não me sentia melhor, eu precisava ir pra casa, precisava da pessoa que eu mais amo no mundo: Minha Mãe!
- Me leva pra casa?
- A sua ou a minha?
Eu ri da sua audácia, mas sabia que ele estava apenas brincando.
- Levo sim! Levanta daí. Ele disse me dando um tapinha na perna.
- Me ajuda a levantar. Eu disse esticando os braços sem vontade alguma. Ele me olhou sorrindo com os olhos e vendo que eu não levantaria me pegou no colo e me levou para o carro.
Nós não conversamos muito no carro, eu apenas o indicava o caminho. Ele bem que tentava puxar assunto mas eu mal lhe respondia. Ele ligou o rádio eu instantâneamente comecei a cantar quando ouvi a Hianna cantando "please don't stop the music", ele riu muito me vendo encenar cantando totalmente desafinada (eu estava começando a me sentir melhor.).
Chegamos à minha casa eu não o convidei para entrar apenas lhe agradeci ao fechar a porta do carro, não deixei telefone, nem messenger, nem nada.
Minha mãe não estava em casa, então eu tomei um banho coloquei minha pior roupa deitei na minha cama ouvindo música até desmaiar de sono.

4.1.10

Essa é a real!

Com lágrimas pretas a me escorrer pelo rosto, o cabelo despenteado, o sapato quebrado e o pior de tudo... Sozinha, sentei num banco de praça pensando no desastre, na mentira em que eu e minha vida era, tudo uma grande mentira, uma fantasia da minha mente, por tanto tempo eu fingi ser algo que realmente eu não era, Paula tinha razão eu só queria impressionar todo mundo para atrair as pessoas para perto de mim. Eu que sempre fui tão simples, tão alegre, sincera e verdadeira, uma garota divertida e fora do comum, até entrar no ensino médio, ai fodeu tudo, foi quando eu conheci Paula, quando eu comecei a observar que ela sempre tão bem arrumada, tão popular, tão linda sempre rodeada de pessoas, eu admirava aquilo e idealizava para mim, eu achava que se eu tivesse o que ela tem e se fosse como ela eu seria amada, que seria querida, achava que seria feliz. Feliz?! hahaha. Veja só que grande felicidade eu consegui.
Deitei no banco lembrando da minha infância, dos meus colegas, dos garotos skatistas, de quando eu fazia roller in street, das amizades sinceras que tinha, lembrei do futebol com os garotos da vizinhança e quer saber eu não era admirada, não era desejada, mas eu era feliz. Eu queria poder fechar os olhos e voltar aquela época tão deliciosa, tão gostosa de lembrar, joguei os sapatos de lado e a fivela do cabelo, me deu até vontade de usar aquelas roupas que eu usava, as roupas da sessão masculina nada femininas muito menos na moda, colocar um skate no pé e dar um rolê por ae, sem rumo, apenas eu, o skate o vento a me tocar o rosto e aquela alegria inexplicável, eu queria tudo isso de novo, me livrar de vez de toda essa falsidade, lembrar de quem eu realmente sou.

2.1.10

1ª postagem

E ai meus queridos leitores, primeira postagem do ano!
Desejo a todos vocês um 2010 cheio de Luz, de Esperança, de Paz, de Alegria e que todos os seus sonhos se realizem e que este seja um ano repleto de coisas boas e de aprendizado, que em cada passo, em cada gesto aprendamos a ser mais humanos e menos animais(ou seria o contrário?).
Então é isso ai espero que estejam curtindo a história e beijocas da Zeh!

OBS.:
E quando quiserem comentem as postagens ;)