20.2.10

Algo de bom

- São idéias tentadoras. - Luciano disse com um sorriso torto e um olhar malicioso.
- Vou tentar! - enquanto pegava o skate pude ouvir Dog murmurar pelas minhas costas "isso vai ser divertido". Respirei fundo, apoiei o pé no skate. Concentra, concentra, não vai cair aqui. Logo estava eu dando um flip, é deu tudo certo. (ta, não foi bem assim! É claro que quando apoiei o outro pé no skate dei uma desequilibrada horrível. Sorte a minha que não cheguei ao chão, mas não foi nada "elegante" - tenho que esquecer essas bichisses).
- Acho que ainda me lembro bem.
- Aaaah, que pena. Eu tava na esperança de dar umas risadas. - Dessa vez a piadinha foi de Cadu. E todos rimos da sua ousadia.
- Apesar de que isso foi bem engraçado. - Pude sentir meu rosto esquentando e ficando vermelho. (Eu devia estar parecendo um tomate maduro.)
- Quanto tempo faz que você não pratica? - Cadu me perguntou sério.
- Hummm... Acho que já faz uns três ou quatro anos.
- Para quem não pratica a tanto tempo, até que você mandou bem. Tirando aquela escorregada. - Aii, confesso. Eles são uns fofos, principalmente Luciano(gatérrimo).
- É verdade. Você manda bem só precisa praticar mais - Acho que vou me apaixonar. Não posso continuar a resistir a esse sorriso perfeito - Que tal amanhã?
- Amanhã? - Perguntei sem entender.
- É. Nós vamos para a praça de skate aqui perto. Se quiser pode ir com agente. - Sua voz límpida me convidava apenas por gentileza, mas seus olhos pareciam estar implorando minha presença (talvez eu estivesse vendo coisas demais).
- Que horas?
- As quatro.
- Humm. Não rola. Eu estudo a tarde. - O brilho que havia em seus olhos sumiu rapidamente enquanto eu pronunciava minhas desculpas.
- Mas você pode ir no final de semana. Não pode? - Eu até havia esquecido que Cadu e Dog ainda estavam ali até Cadu se meter na discussão.
- Ahn... Acho que sim.
- Hey Lu, minha mãe fez aquele bolo de cenoura?
- A minha mãe não fez bolo nenhum.
- aaaah - Cadu e Dog disseram juntos e eu não tive como não rir da careta que eles fizeram.
- Nós vamos para a casa do Lu agora. Quer ir junto? - Perguntou Dog sincero.
- Ahn, obrigada. Mas eu saí sem avisar e deixei a casa sozinha.
- Ah, qual é? Vamos lá. - Me incitava Cadu.
- Fica pra uma próxima. - A carinha forçada de triste que os três fizeram mexeu muito comigo, e eu queria ir mesmo com eles. Mas era verdade que eu tinha de voltar(minha mãe ficaria em pânico se ela chegasse e eu não estivesse lá.)
- Tudo bem. Pelo menos você poderia me dar seu telefone... - É claaaaro que siiim. Imagina que eu iria embora e não deixaria meu número com Luciano. Só se eu fosse muito burra.
- ah, é claro.
Deixei meu número. Despedi-me deles e voltei as pressas para casa. Minha mãe ainda não havia chegado.
Passei mais algumas horas acordada - conversei com alguns amigos pela internet. Quando deitei em minha cama sentia-me completa, feliz. E não demorei muito a cair num sono profundo e tranquilo.

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