31.1.10

Razão.

Arranquei todas as roupas do meu guarda-roupa fazendo uma pilha imensa na minha cama. Foi só quando retirei uma gaveta do lugar e vi um papel de fotografia, que eu pude notar algo que esteve escancarado para mim e eu não pude ver antes. Virei o papel para ver o lado da imagem. Devo ter ficado pelo menos dez minutos olhando papel. Meus olhos estavam queimando, e ao cair uma gota na fotografia percebi que estava chorando. Lembrando. E insistindo a me chamar de burra e cega ao me importar com uma coisa tão fútil e sem importância como a inimizade das patricinhas, riquinhas, superpops. Na fotografia haviam cinco rostos conhecidos. Um era o meu. A primeira do canto na foto era K. com uma careta muito engraçada, mas mantendo toda sua "beleza absoluta". Ao lado dela estava Lua(não Luana. E sim Lua, a hippie de que eu falei outro dia.)Lua estava linda. Com seus cabelos cheios de dread's e aquele olhar maníaco que ela sempre faz nas fotos. Logo ao seu lado T. Com um biquinho disfarçado olhando para o lado. Ao lado dela... Eu... e minha best F. Abraçadas e fazendo caretas horríveis. Olhando aquela foto me lembrei daquele dia. Dos risos, das asneiras e daquelas muitas besteiras que fizemos juntas.
Gargalhei sozinha, não por lembrar de coisas engraçadas, mas sim porque eu estava fazendo um papel ridículo, me importando com aquelas garotas mal amadas de ontem.
- Vou ligar para Fer. - Decidi comigo. Peguei o telefone disquei seu número com pressa. O telefone chamou até cair na caixa postal. Tentei o número fixo, ma nada. "talvez ela não queira falar comigo". Aliás nos últimos tempos eu não tenho sido mais eu. Talvez eu a tenha magoado. E T.? K.? Lua? Será que eu também as magoei? Será que tenho as tratado mal?Justo eu que sempre critiquei esse tipo de reação. Peguei meu celular e liguei para K. No terceiro toque ela atendeu.
- K?
- Eu mesma.
- Oi K. é a ... Só liguei pra saber como você está.
- Eu to bem! Por quê?
- Nada não. K... Me diga sinceramente, ultimamente eu agi estranho?
- Não que eu tenha reparado. Por quê?
- Tem certeza? Tipo... Eu não to diferente de antes?
- Como assim... Do que você ta falando?
- Nada. Eu devo estar preocupada á toa mesmo.
- Aconteceu alguma coisa?
- Nada importante... eu acho.
- Bom se precisar eu posso te ajudar...
- Obrigada. Mas agora só eu posso me ajudar.
- Ah. Então ta.
- Beijo. Te amo.
- Te amo guria.
K. diz não ter visto mudança, também é a K não dá pra levar em conta. Preciso de alguém mais... observador... hm.. talvez T.
Liguei pra ela (isso é estranho, porque eu nunca ligo pra ela. Tipo nunca mesmo.).
- Alô.
- Oi T. é a ...
- Oi amor. Tudo bem?
- Mais ou menos e você?
- To susse. Mais o que você tem?
- T você sempre foi sincera comigo, mas agora por mais cruel que seja. Eu preciso que você me diga a verdade.
- Nossa ... Que drama todo é esse?
- T... eu ando estranha? Diferente? Distante? Chata? Ou qualquer coisa parecida?
- Estranha você sempre foi. Diferente.. bem você anda usando umas coisas que não tem haver com você. Distante... Na verdade um pouco.
- Valeu T. Vou ser melhor daqui por diante. Eu prometo.
- Que isso? eu amo você assim como é.
- Eu também amo você.
- Beijo.
- Outro. Se cuida.
- Tchau.
Preciso... Renovar... Não posso voltar ao passado... Mas também não posso continuar fingindo ser algo que não sou... Preciso de um novo eu. Que seja mais eu do que nunca.

2 comentários:

Lucas Wisniewski disse...

Gosto do seu jeito de escrever :)

Mayy Negrão disse...

muito obrigada!